quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Profetas e Profetismo em Chave Histórica 02

Aíla L. Pinheiro de Andrade, nj*
(Material Didático do Curso de Extensão na Faculdade Católica de Fortaleza)

Texto anterior clique aqui

2. Profetas anteriores ao exílio da Babilônia: 

2.1. Amós (עמוס, fardo): nasceu no reino de Judá, mas profetizou em Israel (Am 7,15), no tempo do rei Jeroboão II (783-743 a.C.), numa fase de prosperidade política e econômica, luxo e esplender, mas também de injustiças e culto vazio.

Para Amós não há tanta diferença entre Israel e as nações, pois se estas cometem crimes de guerra, as autoridades à frente do povo de Deus cometem injustiças. Por isso o Senhor julgará a todos. O livro se divide em 3 partes principais: oráculos contra os povos (1-2); oráculos contra Samaria (3-6) e visões de advertência, sobre a proximidade do julgamento e sobre a restauração (7-9).

A existência de injustiças sociais significava a corrupção nos julgamentos: Am 6,12. A religião verdadeira somente é possível quando a vida está vinculada a princípios morais. O culto só tem sentido se as pessoas viverem o que celebram.

2.2 Oséias (הושע, salvação): do Reino do Norte, onde exerceu o ministério, pois não houve mudanças após a pregação de Amós. O livro se divide em duas partes: simbolismo da família de Oséias (1-3); exortações e misericórdia (4-14).

Podemos resumi-lo em: traição, castigo, arrependimento (de Deus), perdão e restauração. Israel não era noiva virgem no Egito, esqueceu o marido, enquanto este lhe preparava uma casa. marido aceitou-a e mesmo assim ela o traiu novamente. E novamente foi acolhida.

Coalizão Siro–efraimita (734 a.C.): Foi uma aliança política entre Síria (ou Aram, capital: Damasco, rei: Rasin) e Israel (ou Efraim, capital: Samaria, rei: Facéia) contra a Assíria (capital: Nínive, rei: Tiglate-Pileser III ou Teglat-Falasar III) e sua política expansionista. Síria e Israel combateram contra Judá (capital: Jerusalém, rei: Acaz).

Acaz pediu ajuda a Assíria (2Rs 16,5-9), que conquistou Israel, restando apenas Samaria, finalmente tomada em 722 a.C. Como preço pelo auxílio da Assíria, Judá perdeu sua independência, Acaz teve que prestar culto, aos deuses assírios e pagar pesados tributos, o que resultou num aumento de impostos sobre o povo (2 Rs 16).

Próximo texto clique aqui
______________________
* Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje - BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).

Nenhum comentário: